ARQUITETURA HOSPITALAR: AS ESTRATÉGIAS PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE NO BRASIL
Arquitetura hospitalar é um conceito que está em alta no mercado. Ele envolve um grande número de instalações e serviços. E cada projeto apresenta especificidades muito particulares. Talvez por isso, infelizmente, sejam poucos os profissionais ou escritórios especializados na área. Mesmo assim, nota-se que, nos últimos anos, houve uma evolução quanto a esse modelo de edificação. Ele está mais útil, funcional e sustentável. No Brasil, a explicação para isso é a maior participação de profissionais experientes no planejamento e promoção da saúde.
Hospital Cassems, projeto de Emed Arquitetura Hospitalar. (imagem extraída de Emed Arquitetura Hospitalar em Facebook)
+ A EVOLUÇÃO DA ARQUITETURA HOSPITALAR
Nos anos sessenta, as estruturas hospitalares apresentavam um visual mais frio, impessoal. A ideia era demonstrar o máximo de higiene e tecnologia que as empresas dispunham para tratar os enfermos. Só que o efeito não atingia, exatamente, o objetivo esperado. Atentos a isso, os arquitetos mudaram sua estratégia e passaram a estudar outras formas de proporcionar mais conforto, inclusive para os profissionais da saúde.
“Hospital é uma obra aberta, para poder incorporar os vertiginosos progressos da medicina.” – arquiteto Jarbas Karman, em reportagem de Arcoweb.
A solução estava na colaboração. Assim como a medicina avançava no tratamento de doenças, a arquitetura também descobria como contribuir para a ciência. Através de projetos holísticos, bem integrados às engenharias e a outras áreas de conhecimento, como a biologia, obteve-se um resultado mais positivo. Agora, já é possível fazer um paralelo dessa arte com o processo de cura de um paciente.
Instituto de Ortopedia e Traumatologia de Passo Fundo, projeto de Atilio Tramontini Arquitetura. Centro Clínico Mãe de Deus, projeto de Cassiano Arquitetos. (imagens extraídas de Tramontini Arquitetura e Cassiano)
+ A NOVA ARQUITETURA HOSPITALAR
Atualmente, a arquitetura hospitalar reflete melhor uma série de questões. Primeiro a questão da relação da própria obra com seu contexto urbano e social. Sua aparência não deve agredir aos olhos, ela precisa estar de acordo com o entorno imediato. Também suas proporções não podem ficar engessadas numa medida restrita. Elas devem permitir que, num futuro distante, se aumentem as atividades, se expandam os ambientes, e o edifício atinja um novo porte, uma nova complexidade. A dimensão do terreno é o aspecto decisivo. Quanto maior, melhor para englobar as etapas de expansão previstas.
Um hospital pode ser classificado de diferentes maneiras. Ele pode ser considerado geral ou especializado, horizontal ou vertical, público ou privado, com ou sem fins lucrativos. Pode ser pequeno, com cinquenta leitos; médio, de cinquenta a cento e cinquenta leitos; grande, de cento e cinquenta a quatrocentos leitos; ou especial, acima de quatrocentos.

Hospital Israelita Albert Einstein Presidência e Instituto Oftalmológico Paulista, projetos de Betty Birger Arquitetura. (imagens extraídas de Betty Birger)
+ CONHECENDO O PROGRAMA DE NECESSIDADES
O programa de necessidades de um projeto hospital é algo complexo. Ele contempla muitas funções, setorizações de fluxos, acessos e mais. Não é algo que possa ser compreendido tão facilmente por qualquer um, mesmo que seja um arquiteto. Por isso, para se planejar e implantar um edifício assim é fundamental a participação de profissionais de diversas áreas. Do contrário, os desenhos poderiam acabar como uma simples cópia de um livro.
“Não é possível iniciar a elaboração do programa físico sem dispor desse conhecimento, obtido pela interação com os interlocutores do projeto, como dirigentes hospitalares, médicos, enfermeiros, nutricionistas e os demais profissionais envolvidos.”
“Criar ambientes de saúde eficientes requer conhecimento, vivência e envolvimento profundo com a área. Não é apenas a aparência do local que conta.”
– arquiteto João Carlos Bross e arquiteto Marcos Cardone, em reportagem de Arcoweb.
Há muito para se entender. Como fazer as instalações de luz, água, esgoto, ar-condicionado e fluidos mecânicos; como dividir os setores de consulta, espera e atendimento; como armazenar materiais técnicos e produtos de limpeza; como realizar a acessibilidade e mais. E o primeiro passo é dialogar com aqueles que vivenciam diariamente a rotina de maternidades, UTIs, salas de cirurgia, pronto-socorro, e outros. Além disso, há algumas outras fontes de consulta confiáveis que podem orientar quanto ao funcionamento desses espaços de saúde.
+ LEIS E NORMAS
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária trata, na norma RDC 50/ 2002, do planejamento, programação, elaboração e avaliação de estruturas físicas de serviço de saúde, incluindo hospitais e clínicas. Outras peculiaridades, como a instalação de aparelhos de raio X, ficam por conta das portarias. Um exemplo é a portaria 453 da Anvisa ou a portaria 1 884/94 do Ministério da Saúde.
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Retirado https://www.blogdaarquitetura.com/arquitetura-hospitalar/
Lida no dia 25/01/2020 ás 16: 03 em São José dos Campos SP