ARQUITETURA HUMANIZADA E A RECUPERAÇÃO DE PACIENTES
Esther M. Sterberg, fala amplamente em seu livro “The Science of Place and Well-Being” sobre os chamados “healing spaces” (espaços que curam). Se o meio, com seus sons, cores e energia pode afetar diretamente o ser humano, será que o lugar onde se está tem o poder de curar?
A autora cita o caso de um pesquisador que em 1980 descobriu que pacientes que mantinham contato com a natureza recuperavam-se mais rápido que aqueles que não estavam inseridos neste ambiente. A partir daí, constatou-se que a saúde do ambiente ou a humanização deste está diretamente ligada à saúde do corpo e mente.
A construção de hospitais, centros de diagnósticos e clínicas definitivamente não é mais a mesma. A cultura onde ambientes médicos são construídos baseados em cores neutras, iluminação fria e mobiliário padronizado foi há muito substituída pela arquitetura humanizada.
O tema está em voga, mas não é tão contemporâneo quanto parece. Um dos maiores exemplos disso é o Hospital de La Santa Creu I Sant Pau, localizado em Barcelona. Fundado em 1401, teve seu endereço transferido em 1902 para o distrito de Eixample, devido ao crescimento da cidade. Em seu novo projeto, coordenado pelo arquiteto Lluís Domènech I Montaner, foram construídos 12 pavilhões, interligados por corredores subterrâneos. Ao conceber a ideia do novo hospital, Lluís teve a preocupação de manter a luminosidade natural e a vegetação em diversos pontos da construção, garantindo assim a sensação de bem-estar entre os pacientes.
Umas das explicações que embasa esse novo conceito de arquitetura é a que o ambiente hospitalar quando humanizado afeta diretamente na recuperação de pacientes. Sendo assim, propiciar um clima acolhedor, excetuando a frieza e impessoalidade comumente encontrada em unidades hospitalares, é uma preocupação latente entre médicos, enfermeiros, psicólogos e arquitetos. Projetar ambientes que tragam a sensação de conforto, acolhimento e impulsionem a recuperação é uma das inspirações da arquitetura hospitalar humanizada.
Mesmo com a história mostrando que priorizar a qualidade dos espaços contribui diretamente com a recuperação dos pacientes, a realidade nos mostra que este é um paradigma que está sendo quebrado aos poucos. Com aproximadamente 120 tipos de atividades executadas simultaneamente, durante 24 horas por dia, criar uma estrutura flexível que não conflite com a recuperação é essencial. Estudos realizados sobre o tema, mostram que a necessidade de analgésicos é reduzida em 22% em pacientes locados em ambientes que recebem luz solar.
Como é amplamente citado em textos jurídicos: Contra fatos não há argumentos! A aplicação deste modelo de arquitetura contribui diretamente para o bem-estar dos pacientes, aumentando exponencialmente suas chances de recuperação. Porém, a humanização de ambientes hospitalares compreende um volume muito grande de informações que pedem aprofundamento e muito conhecimento. E, vale lembrar e ressaltar que a percepção de humanização é resultado de um conjunto amplo de parâmetros, medidas, procedimentos e atitudes. E o melhor caminho é contratar um escritório de arquitetura especializado.
Retirado http://acr.arq.br/blog/arquitetura-humanizada
Lida no dia 22/01/2020 ás 19:32 em São José dos Campos SP